Sonhando nada, tendo pesadelo. TRÊS vezes eu sonhei com o próprio o Diabo, em três formas diferentes. A primeira vez foi quando eu tinha 10 anos, hoje eu tenho 14. Antes de contar o pesadelo, eu queria falar um pouco sobre a fase horrorosa que eu passei quando tinha 10 anos. Eu tinha a certeza de que o diabo estava atrás de mim, eu nunca contei para ninguém, eu apenas dei a entender isso a minha irmã, mas foi pouca coisa. Eu tinha medo de duas coisas: do diabo e de Deus. Eu sei, não é muito normal ter medo de Deus, mas toda noite, quando eu dormia no escuro, eu podia jurar que Deus estava lá, me condenando por um grande pecado. O pecado era que eu tinha vendido a minha alma para o diabo... Calma, eu não vendi minha alma, ela é muito preciosa pra mim, mas eu dava a entender de que era isso que eu queria. Realmente, essa história não tem pé nem cabeça. Nesse tempo, eu não tinha pesadelos tão constantes, mas só conseguia dormir lá pelas quatro horas da manhã. Eu cobria a minha cabeça com um milhão de lençóis, ficava suando, com medo, com os olhos fechados e pensando no mal que vinha me buscar. Eu chorava até não aguentar mais, eu sentia mãos nas minhas pernas e ficava trêmula... Hum, nada de diabo tarado não, eu insisto que era tudo coisa da minha imaginação, aliás, eu estava com medo. Nunca subestime o poder do medo.
Meu primeiro pesadelo com o diabo foi assim. Eu estava na varanda da minha casa - antiga casa -, tinha uma rede nessa varanda, eu estava sentada nela. Atrás de mim estava a janela do meu quarto, estava fechada. Assim como a porta da frente, não dava de jeito nenhum para entrar na minha casa ou sair da varanda. Mas, não sei de onde, saiu um homem, lindo. Branco, loiro, com um macacão amarelo, tinha olhos penetrantes e tinha a expressão de alguém que ia fazer uma coisa má. Ele me encarava, ele veio andando devagar e se sentou do meu lado, na rede. Eu tentava gritar, chamando a minha mãe, e sabe por que eu gritava? Porque o homem era o diabo, ele não me disse, não dava pra notar por sua aparência, mas ele era e eu sabia, de algum jeito. Mesmo que eu tentasse muito, meu grito não saia, nem dava a entender de que ia sair.
A porta da frente abriu sozinha e eu saí correndo, deixando pra trás o próprio diabo. Imagine só, tinha um demônio me caçando, minha família não estava em casa, e eu sei que eles não iam acreditar em mim, pra onde eu iria? Pra igreja. Ainda mais que naquele tempo eu ainda era católica. Chegando na igreja, meu pai estava no altar, perto de um caixão, e pelo que parecia, era o meu enterro. Eu estava morta, dentro de um caixão. Eu chamei o meu pai, ele nem se quer olhou pra mim, o que parecia era que meu espírito não tinha contato com o meu pai. Atrás de mim eu via o diabo, ele me carregava para o inferno. Aí eu acordei, suada, respirando rapidamente. Pior pesadelo da minha vida. Esse foi o primeiro pesadelo com o diabo. E olha que nesse tempo eu nem ouvia rock, só comecei a ouvir aos 11 anos. Então, por favor, não vem dizer que a culpa é da música que eu amo...